A cultura da cenoura pode ser afetada por vários patógenos, no entanto, a alternaria (Alternaria dauci ) é uma das principais doenças fúngicas que afetam esta cultura.
Afeta principalmente a parte aérea da planta, com visível efeito negativo sobre a produção e a qualidade das raízes.
A sementeira de cultivares suscetíveis e a ocorrência de condições favoráveis ao aparecimento e desenvolvimento da doença podem levar à destruição parcial ou total da folhagem em poucos dias.
O fungo pode ser transmitido por sementes contaminadas e pode sobreviver em restos culturais contaminados, constituindo a fonte de inóculo inicial para as sementeiras que se seguem-
A velocidade de propagação desta doença na cultura depende do nível de inóculo inicial (sementes contaminadas/ou restos culturais infetados de cultivos anteriores), da temperatura e da humidade (chuva, rega por aspersão, orvalhos…).
A mancha de alternaria é favorecida por temperaturas elevadas e prolongada humectação foliar. De uma forma geral, são necessárias entre 8 a 12 horas de humidade nas folhas e temperaturas entre os 15-25º C para que se verifiquem as condições ideais à ocorrência da infeção.
Nestas condições, os sintomas aparecem rapidamente e o fungo esporula facilmente sobre as lesões, estando aptos a serem dispersos e a causar novas infeções.
A água e o vento são os principais agentes de dispersão da doença na cultura.
As manchas nas folhas causadas por alternaria apresentam uma rápida dispersão devido ao intenso desenvolvimento vegetativo (rama), à acumulação de humidade no interior da densa folhagem e deficiente circulação de ar entre as plantas.
Caracterizam-se pelo aparecimento de pequenas manchas de tamanho e formato irregulares de cor acastanhada, circundadas por áreas cloróticas amareladas. Estas manchas desenvolvem-se nas margens e extremidades das folhas ou folíolos.
Em condições favoráveis ao desenvolvimento da doença, as manchas podem aumentar em número e tamanho, podendo resultar na seca e morte da maior parte dos tecidos foliares, dando às folhas o sintoma de queimado.
Nos pecíolos, pode haver formação de lesões alongadas e de coloração escura que causam a morte das folhas.
Nos casos mais graves com forte impacto na produção recomenda-se a utilização de fungicidas a partir do início do desenvolvimento da folhagem. Esta aplicação deverá ser feita assim que se observem condições favoráveis ao aparecimento da doença durante o ciclo vegetativo.
Para o efeito recomenda-se a aplicação de: Dagonis (BASF), Azbany Pro (Nufarm) ou Ortiva Top (Syngenta). Para selecionar as doses e os períodos de aplicação mais adequados não hesite em contatar a nossa equipa técnica.
Utilize os produtos fitofarmacêuticos de forma segura. Leia sempre os rótulos e a informação relativa aos produtos antes de utilizar. Em caso de dúvida, consulte os serviços técnicos da Casa Queridos.
Fotografias: © Gerald Holmes, Strawberry Center, Cal Poly San Luis Obispo, Bugwood.org
A entrada em dormência das árvores de folha caduca é um processo essencial para sua sobrevivência e bom desenvolvimento, especialmente em climas temperados, onde enfrentam variações sazonais significativas. Esse processo é influenciado por vários fatores ambientais e internos que "avisam" a planta para interromper o crescimento ativo e a preparar-se para o inverno.
Principais fatores que influenciam a entrada em dormência das árvores de folha caduca:
Um dos fatores que desencadeia a entrada em dormência nas árvores de folha caduca é a redução das horas de luz durante o outono. À medida que os dias se tornam mais curtos e as noites mais longas, as plantas percebem que o inverno se está a aproximar, o que ativa alterações hormonais que resultam na queda das folhas e no início da dormência.
A queda gradual das temperaturas outonais desempenha um papel importante. Temperaturas mais baixas, especialmente à noite, promovem a entrada em dormência. As temperaturas frias retardam o metabolismo das plantas e ativam processos que preparam a árvore para suportar o inverno.
O estado interno da planta também influencia sua capacidade de entrar em dormência. Árvores jovens, recém-plantadas ou que sofreram danos (por doenças ou pragas) podem ter um ciclo de dormência diferente. Além disso, se uma planta recebeu muita água ou nutrientes no fim do verão, pode prolongar seu crescimento e retardar a entrada em dormência.
As hormonas vegetais têm um papel crucial no controle da dormência. Os níveis de determinadas hormonas, como o ácido abscísico (ABA), aumentam à medida que o outono avança, promovendo a dormência, enquanto outras hormonas, como as giberelinas, diminuem, reduzindo o crescimento.
A quantidade de água no solo também pode afetar a entrada em dormência. Em condições de seca, as plantas podem entrar em dormência mais cedo como uma estratégia de sobrevivência. Por outro lado, solos muito húmidos e com temperaturas amenas podem atrasar o processo, mantendo a planta ativa por mais tempo do que o ideal.
Árvores expostas a situações de stress, como seca, calor extremo ou ataque de pragas e doenças, podem entrar em dormência mais cedo ou de forma mais abrupta, como uma resposta defensiva. O stress acelera o fecho dos estomas (local onde ocorrem as trocas gasosas), reduzindo a fotossíntese e, consequentemente, o crescimento.
Diferentes espécies de árvores de folha caduca têm requisitos distintos para entrada em dormência. Algumas espécies requerem um número muito maior de horas de frio para iniciar e completar o processo de dormência do que outras.
Por exemplo, macieiras precisam de mais frio do que pessegueiros, o que influencia a entrada e a saída da dormência.
Além dos fatores ambientais, a genética da planta desempenha um papel fundamental. Algumas árvores têm mecanismos mais sensíveis ao fotoperíodo e às mudanças de temperatura, enquanto outras são mais resistentes a flutuações sazonais e podem ajustar seu ciclo de dormência com mais flexibilidade.
A entrada em dormência nas árvores de folha caduca é um processo complexo, influenciado por fatores externos como o fotoperíodo, temperatura e disponibilidade de água, além de fatores internos como os níveis hormonais e a genética da planta. Esse mecanismo é vital para garantir a sobrevivência da árvore às condições adversas do inverno e retomar o crescimento de forma eficiente na primavera.