A entrada em dormência das árvores de folha caduca é um processo essencial para sua sobrevivência e bom desenvolvimento, especialmente em climas temperados, onde enfrentam variações sazonais significativas. Esse processo é influenciado por vários fatores ambientais e internos que "avisam" a planta para interromper o crescimento ativo e a preparar-se para o inverno.
Principais fatores que influenciam a entrada em dormência das árvores de folha caduca:
Um dos fatores que desencadeia a entrada em dormência nas árvores de folha caduca é a redução das horas de luz durante o outono. À medida que os dias se tornam mais curtos e as noites mais longas, as plantas percebem que o inverno se está a aproximar, o que ativa alterações hormonais que resultam na queda das folhas e no início da dormência.
A queda gradual das temperaturas outonais desempenha um papel importante. Temperaturas mais baixas, especialmente à noite, promovem a entrada em dormência. As temperaturas frias retardam o metabolismo das plantas e ativam processos que preparam a árvore para suportar o inverno.
O estado interno da planta também influencia sua capacidade de entrar em dormência. Árvores jovens, recém-plantadas ou que sofreram danos (por doenças ou pragas) podem ter um ciclo de dormência diferente. Além disso, se uma planta recebeu muita água ou nutrientes no fim do verão, pode prolongar seu crescimento e retardar a entrada em dormência.
As hormonas vegetais têm um papel crucial no controle da dormência. Os níveis de determinadas hormonas, como o ácido abscísico (ABA), aumentam à medida que o outono avança, promovendo a dormência, enquanto outras hormonas, como as giberelinas, diminuem, reduzindo o crescimento.
A quantidade de água no solo também pode afetar a entrada em dormência. Em condições de seca, as plantas podem entrar em dormência mais cedo como uma estratégia de sobrevivência. Por outro lado, solos muito húmidos e com temperaturas amenas podem atrasar o processo, mantendo a planta ativa por mais tempo do que o ideal.
Árvores expostas a situações de stress, como seca, calor extremo ou ataque de pragas e doenças, podem entrar em dormência mais cedo ou de forma mais abrupta, como uma resposta defensiva. O stress acelera o fecho dos estomas (local onde ocorrem as trocas gasosas), reduzindo a fotossíntese e, consequentemente, o crescimento.
Diferentes espécies de árvores de folha caduca têm requisitos distintos para entrada em dormência. Algumas espécies requerem um número muito maior de horas de frio para iniciar e completar o processo de dormência do que outras.
Por exemplo, macieiras precisam de mais frio do que pessegueiros, o que influencia a entrada e a saída da dormência.
Além dos fatores ambientais, a genética da planta desempenha um papel fundamental. Algumas árvores têm mecanismos mais sensíveis ao fotoperíodo e às mudanças de temperatura, enquanto outras são mais resistentes a flutuações sazonais e podem ajustar seu ciclo de dormência com mais flexibilidade.
A entrada em dormência nas árvores de folha caduca é um processo complexo, influenciado por fatores externos como o fotoperíodo, temperatura e disponibilidade de água, além de fatores internos como os níveis hormonais e a genética da planta. Esse mecanismo é vital para garantir a sobrevivência da árvore às condições adversas do inverno e retomar o crescimento de forma eficiente na primavera.